Como aconteceu em anteriores debates, a maioria do PE, a Comissão e o Conselho evitaram aprofundar ou sequer fazer uma análise séria, tanto do terrorismo - em todas as suas formas, incluindo o terrorismo de Estado -, como da dita "luta contra o terrorismo", sendo patente a sua permanente tentativa de descontextualização da análise do terrorismo, procurando desta forma escamotear as suas causas profundas e as políticas que estão na sua origem.
Tal procedimento é tão mais grave e politicamente significativo, quando é cada vez mais evidente que os povos do mundo se confrontam com a utilização da dita "luta contra o terrorismo" - de que os EUA e a UE são protagonistas - como instrumento para desrespeitar o direito internacional, subverter a soberania dos povos e colocar em causa a independência de Estados, através da promoção da pratica da ingerência, da agressão e da guerra, seja no Afeganistão, no Iraque, na Palestina, com as suas centenas de milhar de vitimas.
E, apesar de alguns intervenientes terem repetido até à exaustão a salvaguarda dos direitos dos cidadãos na chamada "luta contra o terrorismo" e na ofensiva de medidas de cariz securitário que lhe dá suporte, acumulam-se as situações e os factos de desrespeito das liberdades, direitos e garantias fundamentais dos cidadãos.