Desde domingo passado, está em curso, nas prisões israelitas, uma greve de fome por tempo indeterminado de presos políticos palestinianos que envolverá, já nesta altura, cerca de 1500 patriotas palestinianos.
Protestam contra as condições degradantes a que estão submetidos, as prisões arbitrárias, a tortura e o isolamento, a negligência médica, as humilhações, a negação de direitos elementares como a visita dos familiares ou a educação.
A sua luta pela liberdade e condições condignas constitui uma expressão corajosa, firme e determinada da longa e heróica luta de todo um povo pela liberdade, contra a ocupação e o esmagamento da sua existência nacional.
A resposta do aparelho repressivo de Israel à luta dos presos políticos palestinianos, colocando alguns dos mais destacados líderes palestinianos em isolamento ou transferindo-os para outros centros de detenção com a ameaça da alimentação forçada, permitida pelo Supremo Tribunal de Israel mas considerada pelo direito humanitário e a ética médica como uma forma de tortura, dá a medida da brutalidade do regime de ocupação a que o povo palestiniano é sujeito diariamente.
A forma de luta extrema agora adoptada por prisioneiros de todas as organizações políticas palestinianas sublinha, uma vez mais, a importância fundamental da unidade do movimento de resistência nacional como instrumento decisivo da luta emancipadora do povo palestiniano.
O PCP, comprometido desde sempre com a luta do povo palestiniano contra a ocupação sionista e pelo direito à constituição de um Estado livre, viável e soberano com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Leste, expressa a sua solidariedade com os patriotas palestinianos encarcerados pelas autoridades israelitas e responsabiliza Israel por todas as consequências que possam resultar dessa situação.
O PCP sublinha a urgência do reforço da solidariedade com o povo palestiniano e a sua luta e chama a atenção para a responsabilidade, nomeadamente, das Nações Unidas na protecção dos direitos dos presos políticos palestinianos em greve de fome nas prisões israelitas.
O PCP considera que o Governo português deverá pugnar e agir, no quadro do Direito Internacional, pelos direitos do povo palestiniano, nomeadamente pelo respeito dos direitos e a libertação dos presos políticos palestinianos em prisões israelitas.
Setenta anos depois da aprovação do plano de partilha da Palestina e cinquenta anos depois da ocupação da Margem Ocidental do Rio Jordão, da faixa de Gaza e de Jerusalém Oriental, além dos montes Golã na Síria, é tempo de o povo palestiniano ver realizado o seu direito inalienável à constituição de um Estado livre, viável e soberano.