Pergunta Escrita à Comissão Europeia de Sandra Pereira no Parlamento Europeu

Investimento no SNS

Visitei recentemente várias unidades do Serviço Nacional de Saúde(SNS), nos distritos da Guarda e de Viseu. O cenário é desolador: a insuficiência de meios técnicos e humanos dificulta o acesso aos cuidados de saúde, desde os mais básicos aos mais especializados; os profissionais estão esgotados com toda a pressão no contexto da COVID-19 e sentem que não lhes é reconhecida a sua valorização, seja por via salarial seja por via da integração ou adequada progressão nas carreiras.

Nestes distritos do interior, com população mais envelhecida, os impactos da falta de resposta são ainda maiores. Ao mesmo tempo, assistimos ao aparecimento de unidades de saúde privadas que pretendem colmatar, com lucro, as respostas que o SNS não está capaz de dar.

Este quadro é consequência dos constrangimentos orçamentais e outros impostos pela UE, das “recomendações” que visam o corte na despesa primária do Estado, incluindo na área da saúde.

Pergunto:
As recomendações constantemente emitidas pretendiam atacar o SNS, favorecendo interesses privados e deixando as populações sem acesso a cuidados de saúde acessíveis, gratuitos e de qualidade?

Vai a Comissão deixar de intrometer-se na esfera de soberania do Estado português, numa área como a saúde e cujos resultados são bem visíveis após anos de desinvestimento, desmantelamento e cortes na despesa primária, para que que seja feito o investimento necessário no SNS?

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