Sr. Presidente,
Todos os relatos e imagens que nos chegam testemunham a dimensão da tragédia que atinge Moçambique: milhares de deslocados, um número considerável de mortos, falta de alimentos e de água potável, casas e culturas destruídas.
E tudo isto num país que por ser exactamente um dos mais pobres do planeta não tem os meios mínimos indispensáveis para socorrer as populações afectadas com a prontidão necessária.
Impõe-se por isso uma intervenção da parte da União Europeia e dos respectivos Estados membros que permita acudir rápida e extraordinariamente a este país e a esta população.
Sabemos que a presidência portuguesa e o comissário Nielson, face ao dramatismo da situação, partiram hoje mesmo para Moçambique. Congratulamo-nos com isso. Mas mais do que a sua presença é indispensável garantir que imediatamente seja adoptado e implementado um plano de acção, a concretizar em conjugação com as autoridades moçambicanas, e capaz de garantir a assistência que a situação exige. Foi aliás neste exacto sentido - e com a convicção de que fundamentalmente importa agora uma acção urgente e excepcional - que hoje mesmo, antes ainda da sua partida e enquanto presidente da Comissão para o Desenvolvimento e a Cooperação, me dirigi ao comissário Nielson, solicitando-lhe que reuna conosco logo após o seu regresso e nos informe sobre a evolução da situação e particularmente sobre as medidas de emergência já adoptadas e a adoptar pela União Europeia.
São milhares de vidas humanas que estão em causa neste momento; e só a solidariedade internacional as pode salvar. Quero acreditar que a União Europeia saberá estar à altura das suas responsabilidades.