Internacional

«Uma evidente cegueira»

Diz o povo e com comprovada razão que mais cego é aquele que não quer ver do que aquele que não o pode fazer. Se outros exemplos não houvesse bastaria dar conta desta obstinada cegueira com que os principais responsáveis políticos e militares têm seguido a questão das consequências e efeitos do urânio empobrecido sobre a saúde resultantes dos bombardeamentos da Nato à Jugoslávia para dar razão a tal afirmação.

«Síndroma dos Balcãs»

Os problemas de fundo da Jugoslávia e dos Balcãs não se resolviam e não se resolveram com uma guerra de agressão a um país soberano e independente. Na feliz expressão de François Mitterrand, não se resolve um conflito acrescentando-lhe mais guerra. O certo é que os EUA em véspera de imporem o novo conceito estratégico da NATO empurraram os seus aliados para uma aventura cujo objectivo anunciado não tinha a ver com o pretendido.

«Efeitos colaterais?»

Primeiro foi a "Síndrome do Golfo", agora é a "Síndrome dos Balcãs". As semelhanças entre os dois fenómenos são por demais evidentes: as vítimas estiveram todos num teatro de guerra onde foram abundantemente utilizadas armas com urânio empobrecido, apresentam problemas de saúde com sintomas idênticos, e os casos mortais devem-se às mesmas deficiências e/ou insuficiências.

«Uma monstruosa mentira a esconder a incúria»

A utilização de armas radioactivas no Iraque, Bósnia e Jugoslávia é um crime contra a humanidade, mas os países da NATO não assumem a responsabilidade.

«Uma mentira que vem de longe»

O interesse dos EUA no urânio empobrecido data dos anos 50, quando se deu conta de que tinha à sua disposição um subproduto, resultante do processo de que se extrai o urânio radioactivo 235, com características muito interessantes: um metal extremamente denso, que deflagra quando penetra no alvo, barato, e disponível em grandes quantidades no país.

«No mínimo»

Recapitulando: o governo dos EUA, na exclusiva defesa dos seus interesses e enquanto líder assumido da "nova ordem mundial", ordenou, a dado momento, o bombardeamento da Jugoslávia. O pretexto invocado foi o habitual: defesa da "democracia", da "liberdade", dos "direitos humanos" e a NATO foi encarregada de proceder à operação - com o acordo e o apoio servis dos governos da Grã-Bretanha, da Espanha, da Itália, da França, de Portugal...

Pelo fim da presença militar portuguesa nos Balcãs

Perante a extraordinária gravidade das questões suscitadas em torno da morte e doença de militares portugueses enviados para os Balcãs, o PCP considera necessário prosseguir e intensificar as acções de protesto contra o inaceitável comportamento do governo português e contra o envolvimento seguidista de Portugal na política agressiva dos EUA, da NATO e do imperialismo em geral.

«Desconfiança total»

Não, não vimos falar dos sete meses de demora na entrega do relatório de autópsia de Hugo Paulino de que se queixa o seu pai.

Não, não vimos falar da inesquecível declaração de autoridades militares portuguesas de que têm "confiança total" na NATO.

Sobre a situação na Palestina

A situação nos territórios palestinianos de Gaza, Cijordânia e Jerusalém é de extraordinária gravidade.