As razões que justificam a nossa abstenção neste relatório são as mesmas que a justificaram na votação do relatório sobre a revisão orçamental para estabelecer assistência financeira aos países ACP, que irão ser afectados pela liberalização do comércio de bananas entre a UE e onze países da América Latina.
Esta liberalização beneficiará fundamentalmente as multinacionais norte-americanas que dominam o mercado mundial do sector. Quanto aos países ACP, como vários representantes seus já afirmaram, incluindo alguns produtores locais, o montante de 200 milhões de euros que a UE propõe atribuir-lhes não é susceptível de compensar todos os impactos decorrentes destas medidas.
Impõe-se pois questionar: quais os fundamentos da análise de impacto efectuada pela Comissão, na sequência da assinatura do acordo de Genebra?
Mais uma vez, os proclamados objectivos da política da UE no domínio do desenvolvimento, nomeadamente ao nível da redução da pobreza, são subordinados aos interesses comerciais dos seus grupos económicos
Infelizmente, pouco significado prático tem, assim, a afirmação de que se visa "a melhoria do nível e das condições de vida das populações nas áreas de cultivo e nas cadeias de valorização da banana, nomeadamente pequenos agricultores e pequenas entidades".