Declaração escrita de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Instabilidade financeira e impacto sobre a economia real

Neste debate ficou por clarificar a questão essencial do momento, ou
seja o problema da razão desta situação da instabilidade financeira.
Não basta identificar o problema quando ele já se tornou visível. E
muito menos insistir em receitas que, na prática, apenas servem para
minorar algumas consequências no momento, mas que, a curto ou médio
prazo vão acabar no mesmo.

Todos sabemos que a economia real se baseia na produção, distribuição e
consumo dos bens de acordo com as necessidades das pessoas, mesmo que
essas necessidades sejam reais, imaginadas ou criadas pela publicidade.
O que significa que a moeda em circulação deveria ser equivalente a
esta economia real. Só que a ganância dos que querem cada vez maiores
ganhos levou à criação das bolsas financeiras e aos lucros
especulativos da economia de casino, secundarizando a área produtiva e
promovendo a financeirização do sistema.

Esta é a raiz do problema actual que os bancos centrais procuraram
atenuar lançando ainda mais moeda nos circuitos ou aumentando as taxas
de juro. São processos que têm os seus limites, sob pena de alimentar
novas bolhas especulativas ou degradar mais a economia real com o
agravamento dos custos para as famílias.

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