É certo que o desemprego juvenil é um flagelo na União Europeia - a média comunitária de desemprego juvenil é de 22,4%, sendo que, na realidade, este número será maior. Os jovens, inclusive os mais qualificados, vivem também o drama crescente da precariedade, da instabilidade e da incerteza perante o seu futuro. O Orçamento Comunitário deve ser reforçado na generalidade, e especificamente, deve apontar como objectivo a promoção de emprego, a criação de postos de trabalho, redistribuindo os seus recursos para os países onde este problema é mais sentido. No entanto, não nos iludamos.
Não existe criação de postos de trabalho possível se não se fizer uma ruptura decisiva com as políticas ditas de austeridade que a maioria deste Parlamento apoia através das políticas de governação económico, do Pacto para a Estabilidade e Crescimento, do Tratado Orçamental. Redução de salários e pensões, encerramento de serviços públicos, privatizações, reforma de leis laborais desregulamentadoras, só levam a uma espiral sem fundo de recessão económica e desemprego. Quem quiser seriamente discutir o problema do desemprego juvenil não pode, simultaneamente, apoiar e ser complacente com as políticas que destroem diariamente postos de trabalho, destruindo assim também os sonhos, os direitos e o futuro dos jovens de hoje.