Fomos hoje de manhã surpreendidos com a notícia de que o modo de recolha de informação no Inquérito ao Emprego, vai ser alterado a partir deste 1º trimestre de 2011.
Entendemos que é inadmissível, numa altura em que o desemprego atinge níveis records e em que constitui o principal problema que afecta a vida de centenas de milhares de famílias portuguesas e em especial a vida dos jovens, se proceda a uma alteração na metodologia de recolha da informação estatística sobre a evolução do Emprego e Desemprego, que empobreça a sua qualidade, nomeadamente limitando a sua comparabilidade com períodos anteriores.
Apetece dizer que esta alteração veio mesmo a calhar, para aqueles que pretendem mascarar a dura realidade do elevadíssimo desemprego no nosso país.
Vamos naturalmente em sede de Assembleia da República exigir ao Governo esclarecimentos cabais sobre esta questão, já que não aceitamos que se oculte a real dimensão do desemprego e da queda do emprego, através de expedientes deste tipo, que sob a capa da redução dos seus custos, sacrificam muita da informação importante disponibilizada até hoje por estes inquéritos trimestrais.
Os elevados níveis de desemprego e a sua permanente subida incomodavam na verdade o Governo e desta forma pretende-se abafar este foco de instabilidade que era a divulgação trimestral da sua dimensão e dos seus traços mais marcantes – elevado desemprego de longa duração, desemprego jovem e das mulheres com níveis elevadíssimos, emprego inferior ao da década anterior e emprego precário a atingir quase 1/3 da população trabalhadora