Uma vez mais, nomeadamente, devido à resistência de diversos países da África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP), apesar de ser obrigado a utilizar uma linguagem "politicamente correcta", a maioria do PE não consegue esconder a verdadeira matriz e as reais intenções dos Acordos de Parceria Económica (APE) da UE com os países ACP.
Se o n.° 1 do artigo 36.° do Acordo de Cotonu consagra a conclusão de "convénios comerciais compatíveis com as regras da OMC, eliminando progressivamente os obstáculos às trocas comerciais e reforçando a cooperação em todos os domínios relacionados com o comércio", o que a UE pretende é ir para além do que actualmente está estabelecido e alcançar o que até à data ainda não conseguiu na OMC, nem que seja instrumentalizando para esse fim o 10.° Fundo Europeu de Desenvolvimento, quando, ao mesmo tempo, diminui a ajuda Pública ao Desenvolvimento. Ou seja, tentar entrar pela janela, depois de não ter conseguido entrar pela porta.
A UE pretende a liberalização do comércio, a partir da qual os seus grandes grupos financeiros e económicos procuram assegurar a abertura dos mercados, vender mercadorias e serviços, explorar matérias-primas e impor um modelo de produção dirigido à exportação, segundo os seus interesses.
É necessária outra política que promova uma efectiva independência, soberania, cooperação, solidariedade, desenvolvimento e justiça social.