Acerca da posição do Governo português sobre uma guerra contra a população da faixa de Gaza e do Líbano Sr. Presidente,Sr. Deputado Fernando Rosas, Quero saudar a sua intervenção e dizer que, independentemente da condenação de actos terroristas, que sempre foi apanágio do meu partido, o que não podemos esconder, neste momento, é que estamos aqui perante o aproveitamento de um pretexto, independentemente da sua importância, para desencadear uma ofensiva de guerra que, como é evidente, estava prevista há muito, para desencadear, mais uma vez, um terrorismo de Estado para destruir à sua volta quer a viabilidade do Estado palestiniano, quer a de outros Estados na região do Médio Oriente, um terrorismo de Estado que ataca populações indefesas e que, para além da mortandade que causa no momento do ataque, destrói infra-estruturas essenciais para que possa haver alguma viabilidade económica e social daquela região e daqueles povos, um terrorismo de Estado que tem de ser condenado inequivocamente e não, como alguns fazem, com recurso a uma condenação salomónica que procura sempre desvalorizar a gravidade do que se está a passar e a gravidade do que constitui esta ofensiva de guerra do Estado israelita. E é preciso também dizer que a conivência é um apoio explícito dos Estados Unidos da América e da União Europeia e não há, nesta matéria, neutralidade que possa valer ao Governo português e à União Europeia. A neutralidade, neste caso, é de Pilatos, é «lavar as mãos», enquanto Israel toma a política que toma, de terrorismo de Estado. Por isso, é uma vergonha que o Governo português não tome uma posição inequívoca, condenando esta ofensiva de Israel, e se deixe ficar na neutralidade confortável que constitui, afinal, um apoio e uma conivência com o que se está a passar no Médio Oriente, na Palestina e no Líbano.