Ao grande trabalho feito para construir a grande greve geral, milhares de pessoas juntaram ainda o esforço de dar à luta uma forte expressão de rua, com concentrações e manifestações em Lisboa e mais de três dezenas de cidades e vilas, promovidas pelas estruturas distritais da CGTP-IN.
Na concentração em Lisboa, marcada para o Rossio, e na manifestação que dali partiu para a Assembleia da República, participaram esta tarde milhares de pessoas, notando-se, nos coletes vermelhos, nos autocolantes ao peito, nas bandeiras ou nos muitos rostos mal dormidos, que muitas delas compareceram ao protesto público depois de terem passado a noite e a madrugada em piquetes de greve.
Do Rossio, gritando palavras de ordem como «a luta continua, nas empresas e na rua», «a greve é geral, o protesto é total», «desemprego em Portugal é vergonha nacional», os manifestantes seguiram pela Rua do Carmo e Praça Luís de Camões, descendo depois a Calçada do Combro, até junto da Assembleia da República.
Do alto do passadiço do elevador de Santa Justa, à passagem dos manifestantes, foram lançados milhares de mini-panfletos, apelando à participação de todos na concentração já marcada pelas uniões de sindicatos de Lisboa e de Setúbal, da CGTP-IN, para quarta-feira, dia 30, frente ao Parlamento, no momento em que este procederá a votação final global do Orçamento do Estado para 2012.
No mini-comício sindical, frente à escadaria da Assembleia da República, o Secretário-geral da CGTP-IN saudou o esforço e o sacrifício de todos os que fizeram da greve geral uma acção de luta ainda de maior dimensão do que a realizada há um ano. Refutou os níveis de adesão à greve indicados por responsáveis do Governo e da CIP, contrapondo alguns exemplos de empresas privadas e serviços da Administração Pública. Manuel Carvalho da Silva recordou os objectivos desta greve geral – de luta contra a exploração e o empobrecimento, mas também com propostas para garantir um Portugal desenvolvido e soberano.
Por todo o País
Para o dia de hoje foram igualmente anunciadas concentrações, desfiles e manifestações em praticamente todos os distritos e nas regiões autónomas: no Porto; em Setúbal, Grândola, Alcácer do Sal, Barreiro, Santiago do Cacém e Sines; em Aveiro, Águeda, Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Ovar; em Beja; em Braga e Guimarães; em Castelo Branco e na Covilhã; em Coimbra (onde ontem à tarde um protesto provocou o corte simbólico do trânsito na Ponte de Santa Clara); em Évora; em Faro; em Portalegre, Avis, Campo Maior e Nisa; em Santarém, Benavente, Torres Novas e Tramagal; em Vila Real; em Viseu; no Funchal, em Angra do Heroísmo e na Horta.