Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

O governo das sociedade nas instituições financeiras

O único aspecto importante que o relatório apresenta é o reconhecimento de que "o sector financeiro deve responder às necessidades da economia real, contribuir para um crescimento sustentável e dar provas de uma maior responsabilidade social", acrescentando a seguir que " durante a recente crise financeira, muitas instituições em todo o mundo soçobraram com um pesado ónus para o contribuinte". Chega mesmo a afirmar que algumas instituições financeiras e autoridades de supervisão não compreenderam bem a natureza, a amplitude e a complexidade dos riscos em que incorreram.

Mas, depois, o relatório não retira as devidas ilações, limitando-se às questões da ética no comportamento de alguns intervenientes nas instituições e mercados financeiros e à criação dum sistema de governação eficaz e adequada em termos de gestão de riscos, cumprimento de normas, etc.

Claro que estas propostas podem melhorar ligeiramente, e durante algum tempo, o funcionamento dos bancos, mas não alteram o carácter explorador do sistema, o seu objectivo central de multiplicação de lucros e de tentativas de especulação.
Por isso, no relatório falta a questão central: o controlo público e democrático de todo o sector financeiro. Daí o nosso voto contra.

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