Este pacote legislativo sobre a chamada "governação económica não é a resposta aos graves problemas económicos e sociais que se vivem em muitos países, que afectam trabalhadores e populações e que têm a sua origem fundamental em políticas comunitárias de cariz cada vez mais neoliberal, de concentração do poder financeiro e político.
O resultado das negociações, alargando exigências do pacto de Estabilidade e reforçando sanções, evidencia o consenso político existente entre as três instituições sobre o rumo e as principais orientações da UE, integrando um ataque sem precedentes aos direitos dos Parlamentos nacionais, que ficam condicionados pelas orientações neoliberais da União Europeia sobre os orçamentos dos seus países, visando políticas de austeridade para os trabalhadores e os povos, privatizações, reduções de investimentos públicos em sectores e serviços essenciais.
Depois dos resultados negativos na Grécia, na Irlanda e Portugal e das lutas dos seus trabalhadores, sabemos que estas medidas apenas beneficiam os grupos económicos e financeiros, sobretudo das potências europeias.
O que agora propõem estes diplomas legislativos visa perpetuar as medidas de ingerência, de submissão dos povos e dos países, transformando-os em autênticos protectorados ou colónias, aprofundando um caminho que só pode conduzir ao desastre económico e social e à própria implosão da União Europeia.