Os ácidos gordos trans são utilizados na indústria alimentar por razões diversas. Garantem um prazo de validade maior aos produtos, permitem manipular a sua consistência e, acima e tudo, são uma matéria-prima barata.
Mas o consumo deste tipo de gorduras tem sido associado ao risco de doença cardiovascular, infertilidade, obesidade e a alguns tipos de cancro. Agências como a OMS, a EFSA e a FDA alertam para os perigos deste consumo e recomendam que o mesmo seja o mais reduzido possível.
Somos por isso favoráveis à limitação do uso e consumo de ácidos gordos trans.
Mas atenção: a promoção de uma alimentação saudável e de produtos frescos, pouco processados, não se faz apenas legislando para melhorar a rotulagem, a informação ao consumidor ou mesmo limitando determinados ingredientes. Tudo isto é necessário, mas não chega.
O consumo de alimentos processados está hoje associado a situações de insuficiência económica, que impede o acesso a produtos de qualidade e saudáveis. Os produtos mais baratos são normalmente aqueles mais processados industrialmente.
Nenhuma estratégia de promoção de uma alimentação saudável deve ignorar este facto. Mais, deve combatê-lo activamente.