O generocídeo que afecta, como sabemos, sobretudo as mulheres, é um problema, em regra, associado a sociedades extremamente desiguais e países excluídos dos centros do capitalismo mundial, nos quais muitas comunidades enfrentaram duras condições de vida. É óbvio que não se deve desculpar o agressor. Este é responsável pelos seus crimes hediondos. Mas quais são as causas profundas que levam famílias a considerarem que um filho deve nascer por ser útil para trabalhar? Que nível civilizacional é o que atingimos, onde ainda é possível que se pense assim? Vivemos num mundo toldado por desigualdades imensas, desigualdades essas para as quais a UE, através da sua política económica, dos inúmeros acordos de livre-comércio, da sua vertente militarista, muito tem contribuído. Uma segunda questão: não há combate ao generocídeo sem a garantia da opção da mulher, sem a garantia de que ose serviços públicos disponibilizam toda a informação e acompanhamento, sem a garantia da sua independência económica. A dita “democracia” que a EU realiza, na prática, é o oposto destas garantias e direitos da mulher.