Este relatório sobre a segurança alimentar e a resiliência a longo prazo da agricultura da UE é longo em retórica, mas parco em apontar razões e soluções. Até mesmo no que deveria defender, a soberania alimentar, é conceito que nem sequer é referido.
O que constitui uma ameaça à segurança alimentar e à resiliência do nosso sistema alimentar é a orientação geral da política agrícola comum, é a vontade que sobra dos decisores políticos em fortalecer o agronegócio e a que falta para ajudar e investir na pequena e média agricultura e na agricultura familiar.
Mais uma vez, defende-se a ideia de que a UE deve alimentar o mundo à custa de contrapartidas económicas e geopolíticas, e que a inovação e as técnicas genómicas podem resolver todos os males do atual sistema, mantendo, no essencial, tudo na mesma.
É preciso romper com esta PAC e apoiar os pequenos agricultores, que produzem de forma ambientalmente sustentável e que são capazes de garantir a soberania alimentar dos povos.