Dois anos depois da Cimeira Social do Porto, podemos perguntar:
As pessoas vivem melhor? Os portugueses vivem melhor?
Não, não vivem.
No que diz respeito ao combate à pobreza, se os objectivos do plano de acção que saiu desta cimeira já eram pouco ambiciosos em 2021, está agora mais que provado que são claramente insuficientes.
Há cada vez mais pessoas em situação de pobreza, cada vez mais se empobrece a trabalhar, a precariedade continua e a austeridade espreita.
E, tal como sempre o dissemos, a proclamada Diretiva dos Salários Mínimos Adequados mais não fez do que legitimar a perpetuação do empobrecimento de quem trabalha.
Outra pergunta: os serviços públicos respondem às necessidades das populações?
O que temos assistido é à continuação do desinvestimento sistémico no serviço nacional de saúde, na escola pública.
A isto se junta o aumento do custo de vida que assola o dia-a-dia das pessoas, das idas ao supermercado, às contas da energia, às prestações da casa.
O que se impõe é o controlo e fixação dos preços dos bens essenciais. É garantir melhores salários e pensões, valorizar quem trabalha e investir nos serviços públicos, em vez de proteger os lucros dos grupos económicos.