O programa de Monitorização Global do Ambiente e da Segurança (GMES) desempenha o papel de "observação do planeta Terra". Não obstante as suas utilizações profícuas para o desenvolvimento tecnológico e social, incluem-se aspectos, que à boleia da suposta "protecção civil e segurança", "mobilidade e gestão de crises", "gestão de emergências e resposta a crises humanitárias", acarretam objectivos políticos e estratégicos "no domínio da segurança, em especial no que toca ao controlo das fronteiras, à vigilância marítima e ao apoio às acções externas da União", como é referido no seu regulamento. Estas são características que não estão desligadas da política de segurança do GMES e do seu "Conselho de Segurança".
Estas nossas preocupações estão tanto mais na ordem do dia quanto mais a União Europeia se reveste de políticas crescentemente securitárias e de militarização, de desrespeito com os direitos e dignidade humana. São disso exemplos a política relativa aos imigrantes, com o aumento da vigilância de fronteiras e marítima, ou o aproveitamento de cenários de catástrofe para interferência externa. Não aceitaremos políticas neocolonialistas "camufladas" que nada têm que ver com verdadeiras ajudas humanitárias e de reconstrução em quadros de solidariedade e cooperação internacional.
Por estas razões, o nosso voto foi de abstenção.