É irónico mas nem por isso surpreendente. Depois de uma reforma da PAC que desfere mais um rude golpe na pequena e média agricultura e na agricultura familiar, em que se aprofunda o caminho que compromete a sua viabilidade, vem agora este parlamento discutir e previsivelmente aprovar uma resolução sobre o futuro das pequenas explorações - as mesmas que nas últimas duas décadas desapareceram ao ritmo alucinante de uma por minuto.

Estamos perante um rol de bondosas afirmações, de piedosas intenções, talvez para eleitor ver em vésperas de eleições, que são pouco mais que inúteis no quadro da reforma que aqui aprovaram há poucos meses.

Por essa razão apresentámos uma resolução alternativa. Uma resolução que atribui às pequenas explorações não o papel decorativo para que as querem remeter mas um valor estratégico de futuro.

Uma resolução com propostas substantivas, como instrumentos de regulação da produção e dos mercados - como as quotas e as margens máximas de intermediação - que assegurem preços justos à produção, uma maior justiça na distribuição dos pagamentos da PAC ou um seguro público agrícola para situações de catástrofe, entre muitas outras.