Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

O futuro da Parceria Estratégica África-União Europeia depois da terceira cimeira UE-África

Os desafios dos países Africanos são imensos no quadro de uma grave crise da economia mundial. A crise apresentada como financeira expõe afinal os limites do crescimento económico, como entendido pelo capitalismo, nomeadamente na disponibilidade de terra fértil para a produção de alimentos e outras matérias-primas biológicas, de reservas geológicas para a extracção de matérias-primas minerais e de energia para accionar as indústrias.

Esta situação acelera a corrida para África, um continente imensamente rico em recursos naturais. Dominar mercados e recursos naturais é o objectivo. É neste quadro que deverá ser compreendida a política da UE relativamente a África; a chantagem para a assinatura dos chamados Acordos de Parceria Económica; a promoção da secessão do Sul do Sudão; o apoio e financiamento da Arquitectura Africana de Paz e Segurança, procurando colocar os seus exércitos a reprimir os seus povos, para servir os interesses da UE e dos seus grupos económicos e financeiros. São apenas alguns exemplos. Por tudo isto, é de neocolonialismo que trata esta resolução.

É necessário soltar as amarras que mantêm subjugados os países desta região a interesses alheios aos seus povos, estabelecendo uma cooperação genuína, ajudando-os à consolidação da sua independência e soberania com vista ao seu desenvolvimento e progresso económico e social.

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