O PCP considera que o conjunto de medidas apontadas no relatório do FMI – instituição de má memória para o Povo português - dirigidas ao controlo do défice e da dívida pública, que implicam cortes nos salários, reduções das despesas e direitos sociais, aumento da carga fiscal designadamente do IVA, constituem, além de uma inaceitável ingerência na vida nacional, uma insistência na mesma política que conduziu o país à crise, ao agravamento das injustiças sociais, à recessão económica, ao aprofundamento das desigualdades e da dependência nacional.
O FMI vem dar, uma vez mais, a receita do costume impondo medidas que – em plena crise do capitalismo - revelam uma clara opção pelo favorecimento dos lucros dos grandes grupos económicos e financeiros, ao mesmo tempo que se transferem mais sacrifícios para os trabalhadores e o povo português.
Pilar do processo de concentração e acumulação capitalista no plano internacional, o FMI – que ainda há poucos meses era questionado pelas suas próprias responsabilidades na crise do capitalismo - ressurge hoje com velhas e gastas teorias visando o desenvolvimento de políticas contrárias aos interesses dos trabalhadores e dos povos de todo mundo.
O PCP sublinha que, ainda antes de ser conhecido este relatório, já o actual Governo PS estava a aplicar as medidas defendidas pelo FMI com destaque para os anúncios já realizados de congelamento do valor de todas as prestações sociais e para a falta de compromissos claros quanto à política salarial durante o próximo ano.
Para o PCP, o país precisa de uma ruptura com a política de direita dos Governos do PS, do PSD e CDS-PP, de uma política patriótica e de esquerda que valorize os salários e os direitos dos trabalhadores, que defenda a produção nacional e os PME's, que reforce os serviços públicos e as funções sociais do Estado, que combata os escandalosos lucros e privilégios dos grupos económicos e financeiros e que assegure a soberania e a independência nacional.