Este relatório reconhece as grandes dificuldades que as micro, pequenas e médias empresas hoje atravessam. Dificuldades patentes no número crescente de falências, encerramentos e no desemprego galopante.
O problema do financiamento das PME é real. As restrições no acesso ao crédito persistem, apesar de milhares de milhões de euros de recursos públicos terem sido injectados na banca privada.
O relatório reconhece estas dificuldades de financiamento e outras enfrentadas pelas PME. Mas, fazendo-o, aponta depois a "internacionalização" como a panaceia geral para todos estes problemas. "Exportar" é, na visão deste relatório, o caminho para sair da crise. É uma visão que não partilhamos e que ignora a realidade das PME.
Ignoradas pelo relatório são também as consequências das políticas ditas de austeridade, dos programas UE-FMI (como o pacto de agressão em curso em Portugal), da recessão, da queda abrupta da procura, do esmagamento do poder de compra das populações.
O relatório exorta os "governos nacionais a apoiarem as PME, através de créditos à exportação que beneficiem de apoio oficial" - proposta profundamente contraditória com a realidade dos programas UE-FMI em curso, caucionados por este Parlamento, em países como Portugal.