Em 2021, a Selecta despediu 473 trabalhadores em França. Na sequência desses despedimentos, a França apresentou uma candidatura à mobilização do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG) em mais de quatro milhões de euros, por forma a financiar medidas de apoio aos
trabalhadores despedidos. O FEG cobrirá 85% dos custos e a Selecta 15%.
No mesmo ano, 422 trabalhadores da GKN Driveline em Campi Bisenzio (Itália) foram despedidos sem aviso prévio, na sequência do encerramento da fábrica. A GKN Driveline recebeu, ao longo dos anos, financiamento da UE.
Além do despedimento de trabalhadores, o grupo Selecta e o grupo GKN têm em comum o facto de pertencerem ao grupo KKR, um dos maiores "private equity" do mundo e que é especializado em "leveraged buyouts" - uma estratégia predatória e hostil que descapitaliza e destrói as empresas
adquiridas pelo fundo.
O rendimento líquido da KKR & Co. Inc. Common Stockholders foi de 4,56 mil milhões de euros em 2021, o que representa uma aumento de cerca de 134% relativamente ao ano anterior.
Face ao exposto pergunto à Comissão Europeia:
1 Qual o montante de financiamento da UE recebido pelas diferentes entidades dos grupos Selecta e GKN?
2 Como encara a postura da KKR nestes dois processos? Está disposta a implementar medidas que impeçam que situações como estas ocorram novamente?