Como este relatório
refere e as recentes previsões económicas da Primavera demonstraram, mantém-se
um fraco crescimento económico na generalidade da União Europeia, enquanto o
desemprego continua em níveis muito elevados e mais de 70 milhões de pessoas
estão a viver em situações de pobreza, que a Comissão Europeia, em geral,
esquece.
Esta situação deveria
obrigar a uma revisão da prioridade que continua a ser dada às políticas
monetaristas e liberais da Estratégia de Lisboa e às orientações do Banco
Central Europeu.
Por muito que se procure
escamotear a realidade, não se pode negar que a politica monetária e fiscal
assente no Pacto de Estabilidade, dando prioridade à estabilidade dos preços,
tem um impacto negativo no crescimento económico e no crescimento do emprego,
como acontece em Portugal, pelo que há necessidade de uma política monetária e
fiscal que ajude a reforçar a recuperação económica e a combater o desemprego,
impondo-se a revogação do Pacto de Estabilidade e a sua substituição por um
verdadeiro Pacto de Desenvolvimento e Progresso Social.
Insistimos na necessidade
de uma política expansionista combinada e coordenada entre a União Europeia e
os Estados-Membros, que vise reforçar a procura interna, o investimento
público, a investigação e a educação, os serviços públicos de qualidade,
incluindo nas áreas da saúde e da habitação, e em infra-estruturas e
equipamentos, promova elevadas taxas de emprego com direitos, garanta a coesão
económica e social e um desenvolvimento ambiental equilibrado.
Só assim será possível
retomar a confiança dos cidadãos da União Europeia e combater o pessimismo que
se vive por falta de resposta aos problemas que as pessoas vivem.