Pergunta ao Governo N.º 1343/XII/3.ª

Falta de médicos no concelho de Odemira

Falta de médicos no concelho de Odemira

A Assembleia Municipal de Odemira aprovou por unanimidade uma moção intitulada “O estado da saúde no concelho de Odemira”. Nessa moção se descreve que no concelho de Odemira, o mais extenso do país, o número de médicos ao serviço é manifestamente insuficiente,
apontando os exemplos da freguesia de S. Teotónio em que existe um médico para cerca de 7000 habitantes ou de Vila Nova de Mil Fontes com um médico para 5000 habitantes. Estes dados levam a que o número de utentes por médico esteja muito acima do estabelecido.
Refere ainda a dita moção que nas freguesias do interior do concelho, o problema que existe se relaciona com a periodicidade da deslocação dos médicos às extensões de saúde em que existem casos de duas deslocações por semana, uma deslocação ou até de deslocações
apenas em semanas alternadas.
Segundo o mesmo documento o problema prende-se com a falta de substituição dos médicos que se vão aposentando ou que falecem.
Este problema do número de clínicos no concelho de Odemira não é novo e recorrentemente este assunto vem à baila. Há cerca de um ano e meio, o Grupo Parlamentar do PCP, em pergunta enviada ao Ministério da Saúde, alertava que “a situação [Agrupamento de Centros de
Saúde (ACES) do Alentejo Litoral]pode piorar num futuro próximo, atendendo a que 60% dos médicos têm mais de 55 anos e há 9 médicos com mais de 60 anos. Entretanto 7 médicos já pediram a reforma, estimando-se que até ao final do ano cerca de 10 mil utentes ficarão sem
médico de família.”
Nessa altura falava-se na previsão de entrada de 17 médicos cubanos, sendo que apenas 6 entrariam brevemente. Em resposta datada de 25/7/2012, o ministério responde que a ARS Alentejo estava a desenvolver um concurso para colocação de clínicos, sendo que sete se
destinariam a prestar funções no ACES do Alentejo Litoral. Pelo conteúdo da moção da Assembleia Municipal de Odemira percebe-se que, ou os clínicos não chegaram, ou chegaram em número insuficiente.
Posto isto, e com base nos termos regimentais aplicáveis, vimos por este meio perguntar ao Governo, através do Ministério da Saúde, o seguinte:
1. O ministério tem conhecimento desta situação?2. Qual o número de médicos em falta no Centro de Saúde de Odemira?
3. Existem utentes sem médicos de família naquele concelho? Quantos?
4. Que diligências estão a ser tomadas para resolver a situação?
5. Quando se prevê que esteja resolvida?
6. Para além dos médicos há outras categorias profissionais em que o Centro de Saúde de Odemira esteja em carência?

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