Faleceu Maria Lamas

* Originalmente publicado no Jornal «Avante!» n.º 518 - Ano 53 - Série VII

Após uma vida de luta em defesa dos direitos da mulher, da criança, dos oprimidos, em defesa da Liberdade, da Paz e da Democracia, Maria Lamas faleceu na madrugada do dia 6, com 90 anos.

Mas não nos deixou.

Continua entre nós, mulheres e homens deste País, a quem deixou o exemplo da sua combatividade, determinação, coragem e confiança no futuro.

Presa várias vezes pela PIDE, durante o fascismo, demitida do cargo de directora da revista «Modas e Bordados», a então Presidente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, a presidente honorária, após 1974, do Movimento Democrático das Mulheres, a Directora da revista «Mulheres», a escritora de «As Mulheres do meu País», de «A Mulher no Mundo» e de tantos outros livros, para crianças e adultos, foi em vida e continuará a ser na memória de todos nós, uma grande militante antifascista, da causa da Paz e de Amor entre os homens, de liberdade, do progresso e do socialismo.

Membro do Conselho Mundial da Paz, da Federação Democrática Internacional das Mulheres (FDIM), onde em pleno fascismo representou em Congressos internacionais as mulheres democratas da nossa terra, condecorada várias vezes — Ordem da Liberdade, medalha Eugenio Cotton, medalha da FDIM, medalha de honra do MDM, entre outras — Maria Lamas, ali onde esteve, honrou o Partido a que pertencia há cerca de 40 anos — o PCP — que para ela personificava os superiores ideais de dignificação do ser humano e de libertação da mulher.

À nossa Camarada de luta a melhor homenagem que lhe podemos prestar é continuar essa mesma luta até ao fim dos nossos dias, como ela o fez.

Condolências do PCP

O Secretariado do Comité Central do PCP enviou à família de Maria Lamas a seguinte mensagem de condolências:

«Ao tomar conhecimento da morte de Maria Lamas — personalidade de relevo na cultura portuguesa, destacada activista da luta das mulheres — o PCP expressa à família enlutada as suas sentidas condolências.

A vida e a actividade de Maria Lamas ficarão para sempre associadas à luta das mulheres portuguesas em defesa dos seus direitos e aspirações económicas, sociais, culturais e políticas.

Com a morte de Maria Lamas perde, igualmente, o PCP uma militante que, durante cerca de quarenta anos, interveio activamente em grandes batalhas contra o fascismo e em defesa da democracia e da paz.»