Os últimos dados do Eurostat confirmam uma situação de desemprego estrutural elevado na União Europeia e na Zona Euro. Um desemprego sistémico que coexiste com uma outra realidade que os dados estatísticos não iludem: um crescimento anormalmente baixo dos salários, uma compressão do preço da força de trabalho, que aproveita a pressão social exercida pelo exército de reserva de desempregados para aumentar a exploração dos que ainda vão encontrando trabalho. Duas realidades que afectam particularmente os mais jovens e que confirmam que a crise capitalista foi aproveitada para forçar a entrada num novo patamar de exploração.
A União Europeia e as suas políticas são um agente activo na promoção desta corrida ao fundo no plano dos direitos, dos salários, das condições de vida e de trabalho.
Em Portugal, o desemprego jovem que atinge os 25%.
A Iniciativa Emprego Jovem surge como um paliativo. Mas o que a prática demonstra é o seu impacto quase residual.
Por diversas vezes propusemos um aumento dos recursos alocados a este programa e uma clarificação das suas regras, visando impedir a promoção de formas de trabalho precário. Significativamente, estas propostas foram chumbadas pela direita e pela social-democracia neste Parlamento. Que agora aqui vêm chorar lágrimas de crocodilo pelo desemprego jovem.