Os objectivos a atingir com este relatório são muito claros: apoiar a criação de melhores condições para a ingerência nos assuntos internos dos países para melhor servir os interesses dos grupos económicos e financeiros da UE. A confirmar-se a criação deste instrumento - semelhante ao já criado pelos EUA - assistiremos a uma violação do direito internacional e da Carta da ONU a acrescentar a tantas outras violações de instrumentos que a UE afirma hipocritamente respeitar. Com este instrumento querem ultrapassar a "insuficiência de recursos", o "mandato restrito" do Instrumento para a Democracia e os Direitos Humanos (IEDDH), as suas limitações e a sua falta de flexibilidade para promover a "mudança".
Que "mudança" quer a maioria do PE promover em países terceiros quando apoia um dos mais violentos ataques à democracia e aos Direitos Humanos em países da UE como Portugal? Que "mudança" podemos esperar quando na realidade se procura enfraquecer a resistência popular, desacreditar e enfraquecer a democracia para ganhar apoios para soluções autoritárias? Que democracia poderá promover uma UE que quer consagrar nas constituições a "regra de ouro do neoliberalismo", atacando os direitos e conquistas dos trabalhadores e dos povos, os serviços públicos de saúde, educação e transportes?