Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Estratégia para o Corno de África

Este relatório apoia todas as decisões que reforçam a militarização desta região pela UE, a NATO e os seus aliados. Invoca hipocritamente os problemas de segurança, escamoteando responsabilidades próprias na desestabilização e no empurrar de milhões de seres humanos para a mais extrema pobreza e em muitos casos para a morte. Nenhuma referência é feita ao papel que a intervenção do FMI e do Banco Mundial nos anos 80 desempenhou, levando países com uma capacidade produtiva relativamente importante e em muitas produções auto-suficientes, à quase total destruição da sua capacidade produtiva. Nada é referido sobre este processo e sobre a forma como ele levou a que países como a Somália tenham entrado numa guerra civil que dura até hoje. Nada é dito sobre os assassinatos levados a cabo pelos aviões não tripulados americanos e sobre os programas de detenção e tortura que estes levam a cabo na Somália, no Uganda e noutros países da região. O povo somali é agora apelidado de terrorista ou pirata para justificar a ingerência e a negação do inalienável direito deste povo (e de todos os povos) à sua autodeterminação e à afirmação da sua soberania. Os problemas da região não serão resolvidos com maior ingerência, militarização e guerra.

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