Há um problema de partida na abordagem da União Europeia ao objectivo de redução das emissões de gases de efeito de estufa: a opção e a insistência por uma abordagem de mercado que revelou sobejamente não apenas a sua ineficácia mas também a sua perversidade.
O resto é muita propaganda e algumas medidas de discutível acerto.
A criação de um comércio de licenças para poluir nada fez nem faz pela desejada redução da emissão de gases de efeito de estufa, sobretudo se a quisermos concretizada num quadro de justiça e de sustentabilidade.
Deixar nas mãos do mercado objectivos ambientais – que bem podiam e deviam ser logrados por outras vias – será útil para alguns, sem dúvida, mas prejudicial para o ambiente e para as populações.
Ademais, esta abordagem da UE tem associadas as limitações, as insuficiências e as contradições do próprio Acordo de Paris.
A propaganda não chega. Sobretudo, quando as acções concretas ou não a acompanham ou laboram em sentido contrário.
Continuamos, no fundamental, perante um quadro de incoerência entre os objectivos proclamados no domínio do ambiente e o conteúdo das políticas sectoriais relevantes – da política agrícola à política comercial, entre outras.
Se são necessários meios para alcançar determinados objectivos, a proposta de Quadro Financeiro Plurianual pós-2020 não autoriza triunfalismos.