Se dúvidas existissem quanto ao real significado, ambição e alcance do denominado tratado "de Lisboa" bastaria a leitura atenta das resoluções sobre a "PESD" e a "PESC", aprovados pela maioria do PE, para, naturalmente, as dissipar...
As forças promotoras da dita "integração europeia" - os grandes interesses financeiros e económicos, a social-democracia e a direita - intentam afirmar a UE como um bloco imperialista, sob a direcção das suas grandes potências.
Para além do enaltecimento da política de ingerência (como as ditas "missões" no Afeganistão, Chade/RCA, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Guiné-Bissau) e da capacidade operacional ("para empreender rápida e simultaneamente duas operações militares") da UE, o presente relatório é um verdadeiro guia para a militarização e o militarismo. Apenas como exemplo, o relatório aponta como objectivos: o aprofundamento da dita "estratégia de segurança" da UE; a dimensão militar das ditas "missões civis"; a militarização da "ajuda ao desenvolvimento", e o "desenvolvimento" como instrumento de ingerência; o reforço dos meios de transporte militar (Avião militar A400M e helicópteros); o aumento das despesas consagradas à "defesa" e às acções militares, inclusive utilizando o orçamento comunitário; a capacidade operacional para conduzir acções militares da UE; a coordenação de projectos e da industria de armamento.
Estas são, entre muitas outras, as razões do nosso voto contra.