O próximo Conselho Europeu propõe-se estabelecer as bases relativamente ao futuro da Estratégia de Lisboa para o Crescimento e o Emprego.
Fá-lo-á numa altura em que, na Europa, o desemprego atinge níveis históricos e a economia se encontra em recessão, mergulhada numa profunda crise.
Oito anos decorridos, a realidade impõe-se à evidência: os objectivos proclamados fracassaram em toda a linha.
As causas deste fracasso radicam no que cedo se revelou ser a verdadeira agenda desta Estratégia: a desregulamentação das relações laborais e a correlativa desvalorização do trabalho, o ataque a direitos sociais, o desmantelamento de serviços públicos essenciais, a privatização e liberalização de sectores chave da economia, a imposição do mercado como absoluto em esferas crescentes da vida colectiva.
Os trabalhadores e os povos têm razões de sobra para aspirar a uma ruptura profunda com esta agenda. A uma mudança de rumo que urge concretizar. Mudança que exige, entre outros aspectos: o reconhecimento da educação como um direito, não como um serviço, um sector mais de mercado; a democratização do acesso ao conhecimento e à cultura; a valorização do trabalho e dos direitos dos trabalhadores; a defesa dos sectores produtivos, das micro, pequenas e médias empresas; serviços públicos de qualidade e para todos; uma mais justa distribuição da riqueza criada.