Sendo o relatório sobre as orientações orçamentais
para 2007 - o primeiro do Quadro financeiro 2007-2013 -, este está condicionado
pelos aspectos mais gravosos do acordo sobre as Perspectivas Financeiras.
Lamentavelmente e sem surpresa, as orientações
para 2007 concretizam, em termos orçamentais, políticas da UE: concorrência
capitalista, liberalizações, ingerência e militarização, políticas
securitárias.
Por isso, sem surpresa, a maioria do PE rejeitou a
constatação de que "a Estratégia de Lisboa se tem revelado amplamente mal
sucedida no que respeita à consecução dos seus proclamados objectivos de crescimento
económico médio de 3%, pleno emprego mediante a criação de 20 milhões de novos
postos de trabalho"
Como rejeitou a evidência de que esta
"Estratégia" é "o principal instrumento de promoção da
liberalização e privatização dos serviços de utilidade pública, bem como da
flexibilidade e adaptabilidade dos mercados de trabalho, da moderação salarial
e da abertura a interesses privados do cerne das prestações no domínio da
segurança social, incluindo as pensões e a saúde".
Sendo que, mesmo na gestão dos programas e
agências comunitárias é mantida a política do menor custo (será?), promovendo a
"externalizalização" e "contratualização" de serviços, de
um modo tão obsessivo, que até entidades que apoiam o esforço de propaganda da
UE correm o risco de ser encerradas ou privatizadas.