Na senda do que tem vindo a ser aprovado pela maioria do PE
relativamente às relações externas da "UE", estamos perante mais um
relatório cujo conteúdo é, no essencial, um repositório de ingerência
em países terceiros, não se escondendo - bem pelo contrário -, o claro
objectivo de obter condições favoráveis aos interesses dos grandes
grupos económico-financeiros sobre a economia destes países.
Veja-se como o relatório pugna pelo "cumprimento das normas
internacionais relativas ao investimento estrangeiro" e pela garantia
de "uma melhor protecção ao investimento directo estrangeiro" nestes
países. Clarificando este que o significado de tais enunciados é, nem
mais, nem menos, que "privatizar os bancos estatais" (!!!) e "criar
mercados financeiros nacionais que sejam verdadeiramente competitivos e
abertos aos bancos estrangeiros" (!!!). Ou seja, apenas e tão só,
colocar estes países à venda...
E, em coerência com o objectivo anteriormente apontado, emergem
igualmente os interesses "primordiais" da "UE" quanto aos "apreciáveis
recursos energéticos" dos países desta região, apontando-se a
necessidade de garantir, sem percalços nas rotas de transporte e com a
maior regularidade possível, o seu abastecimento energético.
No fundo, assim se espelha o real significado do tão proclamado "papel
da UE no Mundo", nomeadamente na actual proposta de Tratado: a sua
ambição de domínio político-económico.