Senhora Presidente,
Senhores Deputados,
O desemprego não caiu do céu.
O desemprego não é um acaso do destino que por azar havia de calhar ao país.
Não, o desemprego não é uma inevitabilidade.
O desemprego é o resultado direto de políticas executadas por sucessivos governos PS, PSD e CDS de destruição do aparelho produtivo nacional, de ruína dos sectores primários da economia da agricultura e das pescas.
O desemprego é o resultado do processo de integração capitalista da União Europeia de subordinação das necessidades de desenvolvimento económico e social do país aos interesses de domínio económico e financeiro das potências europeias.
O desemprego em sentido geral e o desemprego jovem é hoje pelas piores razões o resultado mais expressivo do projeto político deste Governo e do Pacto da Troika subscrito por PS, PSD e CDS: empobrecimento generalizado, agravamento da exploração, tentativa de aniquilar direitos laborais e sociais civilizacionais.
Para este Governo o desemprego não é um dano colateral do ajustamento. O desemprego é um instrumento de concretização do seu projeto político de concentração da riqueza e benefício do poder económico e financeiro.
O desemprego é um fator de pressão sobre os salários, é um instrumento para reduzir os custos do trabalho, é uma chantagem para aqueles que ainda têm emprego e um desespero para aqueles que todos os dias sobrevivem sem emprego.
Tantas e tantas famílias de norte a sul do país, onde pais e filhos estão desempregados!
Hoje, no nosso país mais 400.000 jovens não trabalho nem estudam. O desemprego real dos jovens ultrapassa os 50%.
E isto é um flagelo individual de cada um dos que se encontra nesta situação, mas é também um problema do país que vê desperdiçada a geração mais qualificada de sempre.
E é exatamente pelas necessidades reais do país que estes jovens deveriam estar ao serviço do progresso e do desenvolvimento nacional, e não a ser forçados a emigrar para fugir ao desemprego e à miséria.
Senhor Presidente
Senhores Deputados,
O atual Governo PSD/CDS é responsável direto pelo agravamento do desemprego. Seja por via dos despedimentos na Administração Pública, mais 14.500 professores, milhares de enfermeiros, assistentes operacionais, psicólogos, investigadores; seja por via das alterações à legislação laboral.
Este Governo facilitou e embarateceu os despedimentos, aumentou o horário de trabalho, generalizou a precariedade, cortou nos salários. E com isto estavam à espera do quê? Não é por engano, é por opção política!
Este Governo é uma máquina de destruição de emprego: em Novembro de 2011 a taxa de desemprego jovem era de 30%, hoje está nos 42,1%.
Não há Impulso Jovem que resolva o problema do desemprego dos jovens portugueses. Este programa é um embuste. É um passaporte a prazo o desemprego, porque apenas gera emprego precário e mal pago.
Hoje, milhares de jovens saltam de estágio em estágio, de empresa em empresa suprindo necessidades permanentes.
O combate ao desemprego é inseparável do combate à precariedade. Desemprego e precariedade são as 2 faces da mesma moeda.
Por isso daqui apelamos aos jovens portugueses para que não desistam de lutar pelos seus sonhos, têm direito a ser felizes no seu país e o país precisa de todos os jovens! O país não precisa é deste Governo e desta política.
Disse,