Há trabalhadores da SGL Composites que trabalham por turnos praticamente desde o início do século. Mais de 20 anos, uma vida, de horários trocados, afectos intermitentes. Hoje, como tantas vezes, o PCP esteve presente na troca de turno, desta vez com a presença de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do Partido.
Aos trabalhadores desta empresa de fibras sintéticas, o Partido trazia uma má notícia mas também um apelo e um compromisso. A má notícia é a do chumbo, por PS, PSD e IL, das propostas que o PCP levou ao Parlamento esta semana que iam exactamente ao encontro das queixas mais sentidas por centenas de trabalhadores daquela empresa: o PCP propôs que o trabalho noturno e por turnos seja limitado às situações que sejam técnica e socialmente justificadas e que sejam garantidos e afixados, por negociação e contratação coletiva, subsídios e compensações adequados aos trabalhadores abrangidos; o estabelecimento do valor mínimo de subsídio de turno com o reconhecimento do direito a uma antecipação da idade de reforma mas também o direito a sair do regime de turnos, passando para o horário diurno, após 20 anos de trabalho neste regime, ou aos 55 anos de idade.
Mas apesar da má notícia o PCP deixou um apelo claro: está nas mãos daqueles trabalhadores o resgate do seu direito ao tempo para viver. Não só através da sua organização e luta como também somando o seu voto no próximo dia 10 de Março à força que faz frente à exploração mais desenfreada, que lhes rouba vida, amigos e futuro.