A Organização Mundial do Comércio (OMC) é um dos mais relevantes instrumentos da globalização capitalista, com um papel fulcral na afirmação (e imposição) de um dos seus pilares: a desregulação e liberalização do comércio internacional, para beneficiar os grandes grupos económicos das grandes potências, criando-lhes "novas oportunidades de mercado" (como elucidativamente refere a resolução). Mas também para forçar a competição entre a força de trabalho, conseguindo maior disponibilidade de mão-de-obra a mais baixo custo. A retórica do multilateralismo, a que frequentemente recorrem os defensores da OMC, não ilude o facto desta ser uma organização não democrática, porque não representativa e porque efectivamente contrária aos interesses dos povos. A falácia da "repartição mais equitativa" dos benefícios da globalização que esta organização poderia proporcionar, acaba por ruir perante as evidentes consequências do livre comércio: destruição e deslocalização de actividades produtivas e de postos de trabalho, ataque a direitos sociais e laborais, degradação do ambiente e dos recursos naturais. É este o caminho de Doha. Um caminho que urge inflectir, no interesse dos trabalhadores e dos povos da Europa e do mundo.
O "sistema de governação económica mundial", referido na resolução, mais não é do que o governo do capital, agindo à escala planetária na defesa dos seus interesses.
Obviamente, votámos contra.