Declaração escrita de João Ferreira no Parlamento Europeu

O Estado da União

Os anúncios, como o que o Presidente da Comissão Europeia aqui veio hoje novamente fazer, de que o pior da crise foi ultrapassado, sucedem-se com a mesma cadência dos implacáveis desmentidos com que a realidade os confronta. A verdade é que a UE continua mergulhada numa profunda crise, ainda sem fim à vista, como o atestam os crescentes níveis de desemprego e pobreza em vários países.

O Presidente da Comissão veio aqui hoje falar-nos sobre o futuro da UE. Mas fê-lo anunciando o retomar dos instrumentos e das políticas do passado – os mesmos que nos conduziram a este presente sombrio: o Pacto de Estabilidade e Crescimento; as "reformas estruturais", leia-se o ataque a direitos sociais e laborais; o "aprofundamento do mercado interno", ou seja, o prosseguimento das liberalizações e privatizações; a liberalização e desregulação do comércio internacional; a escalada no intervencionismo externo da UE (inclusivamente militar).

Este é o caminho para o aprofundar do desastre económico e social, à escala da UE e à escala global.

Caminho que os trabalhadores e os povos rejeitam, como vai ficando bem patente nos protestos que têm mobilizado, em vários países, milhões de pessoas, contra as medidas que Barroso aqui veio propor.

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