O Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, voltou, neste discurso, a ingerir na situação política da Grécia, repetindo o tom de chantagem em relação ao povo grego, numa tentativa de condicionar a escolha do caminho que a estes cabe em relação ao futuro do seu país. É inaceitável considerar que todas as forças políticas devem aceitar aquilo que ele chama de "ajuda" mas que, na prática, apenas significa o prosseguimento das mesmas políticas que conduziram a Grécia à catástrofe social e económica. É inaceitável que expresse que o que é necessário é continuar a via da chamada consolidação orçamental quando o povo grego expressou nas últimas eleições e, no último referendo, exactamente uma vontade distinta. Estas afirmações são, obviamente, mais gravosas quando nos encontramos a poucos dias das próximas eleições na Grécia. É mais uma prova daquilo que está hoje mais claro do que nunca - a UE não significa o respeito pela democracia e pela vontade dos povos mas, sim, a imposição da política que melhor serve ao grande capital financeiro e económico. É, e sempre foi este, o "estado da União".