O financiamento da Ciência, Investigação e Inovação na União Europeia confirma a natureza assimétrica, intrinsecamente injusta e desigual, deste processo de integração.
O fosso científico e tecnológico entre estados-Membros não é obra do acaso. Senão veja-se:
Vários países, como acontece com Portugal, comprimem fortemente o investimento nestas áreas. Para isso também contribui o corte nos fundos estruturais e de coesão – de onde saía a maior parte dos recursos para a ciência.
Por outro lado, o Programa-Quadro de Investigação, o Horizonte 2020, reforçado, continua a servir sobretudo os interesses das grandes potências e de algumas das suas grandes empresas e unidades de investigação, que absorvem o grosso dos recursos.
Tanto assim é que esses grandes beneficiários se dão ao luxo de pôr e dispor do orçamento do Programa, de acordo com os seus interesses, não pagando o que devem, quando devem.
Ao passo que países como Portugal continuam a ser contribuintes líquidos do Programa, ou seja pagam mais do que beneficiam.
É a história do Robin dos Bosques ao contrário, também aqui. É nisto que redunda esta União Europeia: tirar aos cada vez mais pobres para dar aos cada vez mais ricos.