Os próprios termos que enquadram este debate são perversos, enganadores e inaceitáveis. A agressão israelita contra o povo palestiniano, com a criminosa ofensiva militar contra a faixa de Gaza e a sua população, é travestida de “escalada de violência entre Israel e Palestina”.
O desaparecimento e a posterior confirmação da morte de três jovens de um colonato israelita, em circunstâncias não esclarecidas, foi pretexto para uma campanha de punição colectiva contra as povoações palestinianas, com a demolição indiscriminada de casas, assassinatos e a prisão de centenas de pessoas, incluindo dezenas de crianças e deputados do Conselho Legislativo Palestino.
A campanha militar israelita em curso é suportada no continuado apoio político, diplomático e militar dos EUA e na atitude da União Europeia, que se esconde no seu silêncio ou dissimula, sob um falso discurso equidistante, a cumplicidade efectiva com a política de terrorismo de estado de Israel.
Pretender ensaiar uma suposta postura de neutralidade perante a vítima e o agressor, perante o ocupado e o ocupante, não é senão um inaceitável e também criminoso acto de cumplicidade, que não pode ficar sem denúncia.
Manifestamos toda a solidariedade com o povo palestiniano, com a sua heróica e determinada resistência e luta de libertação nacional, frente à política genocida do Estado de Israel.