Pergunta ao Governo N.º 1104/XII/1

Equipas escolares de apoio à deficiência

Equipas escolares de apoio à deficiência

Em visita a vários agrupamentos de escolas com centros escolares, do Distrito de Beja, foi-nos
dada a conhecer uma realidade quanto às estruturas de apoio à deficiência.
Nas escolas do Distrito de Beja existem várias unidades de apoio à deficiência, nomeadamente
unidade de multi-deficiência, de surdos, de cegos e baixa visão, de ensino estruturado.
Estas unidades que têm funcionamento permanente nas escolas são, nalguns casos, unidade
de referência para todo o distrito e até para além deste. São portanto unidades que existem há
anos e se manterão naqueles estabelecimentos.
Estas unidades funcionam com equipas multidisciplinares, de terapeutas, psicólogos, técnicos
de serviço social, interpretes, animadores. Este ano lectivo, as escolas tinham orientações para
contratar estes técnicos apenas a partir de 1 de Outubro, o que fez com que crianças que
necessitavam de apoio, ficassem completamente inibidas do mesmo pelo menos durante 15
dias. Como por exemplo a unidade de surdos que não tinha intérpretes de linguagem gestual
para comunicar com as crianças.
A contratação a vínculo precário destes técnicos, feita anualmente não garante uma estabilidade
do corpo técnico que seria fundamental para a continuidade de uma intervenção social e
pedagógica tão específica como esta. Neste enquadramento não é aceitável que não exista um
corpo de técnicos estável afecto a cada uma das unidades que garanta a escola pública
inclusiva para todos.
Os cortes previstos e anunciados pelo Governo PSD/CDS na educação vão aprofundar cada
vez mais as dificuldades destas crianças e negar o direito à educação pública, gratuita, de
qualidade e inclusiva. A concretização da escola pública inclusiva não é possível sem meios
materiais e humanos, e estes exigem naturalmente custos inerentes ao investimento como
garantia da qualidade do acesso e frequência para todas as crianças e jovens.
Posto isto, e com base nos termos regimentais aplicáveis, vimos por este meio e com carácter
de urgência, perguntar ao Governo, através do Ministério da Educação e Ciência, o seguinte:
1.Qual a razão porque os técnicos das unidades e dos projectos só foram contratados em
Outubro?
2.Porque razão não é feita contratação permanente em unidades que se manterão ao longo
dos anos?
3.Pretende o governo criar condições de estabilidade profissional a este técnicos, tão
necessários para o adequado funcionamento dos estabelecimentos?
4.Que medidas o Governo tomará para que a escola inclusiva seja uma realidade, com os
meios materiais e humanos necessários?

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