Ainda sob o manto da densa propaganda em torno da chamada União Bancária, eis que rebenta em Portugal mais um escândalo bancário, o do BANIF, revelando a incapacidade intrínseca do sistema de regulação e supervisão bancárias – conceitos que, como está bem à vista, não passam de um rematado embuste.

No que constitui um autêntico crime económico, depois de 1,1 mil milhões de euros de recursos públicos despejados no BANIF em 2013, dos quais só uma quarta parte foi recuperada pelo Estado, agora, na prática, o Estado português financia em pelo menos 2,5 mil milhões de euros um grande banco estrangeiro para adquirir o BANIF e assim reforçar a sua presença no mercado nacional.

O Estado funciona, assim, como o depositário dos prejuízos e agente de limpeza, para entregar o banco, livre de riscos e prejuízos, ao Grupo Santander, quando podia e devia assumir o controlo público do BANIF, assegurando a sua gestão ao serviço dos interesses nacionais.

É importante esclarecer cabalmente e apurar, até as últimas consequências, as responsabilidades da Comissão Europeia neste processo. Com esse objectivo, avançámos já com uma pergunta escrita à Comissão Europeia que esperamos que possa ser rapidamente respondida.