Declaração de Carlos Gonçalves, Membro da Comissão Política do PCP

Encontro do PCP com a Confederação Nacional da Agricultura

Encontro do PCP com a Confederação Nacional da Agricultura

A reunião entre uma delegação do PCP e a Direcção da CNA, inseriu-se no conjunto de encontros com forças sociais e políticas, com democratas e patriotas, com vista à avaliação da situação decorrente da crise política e institucional que o país atravessa e foi de grande importância e utilidade para o PCP. Julgamos que o foi igualmente para a CNA.

A reunião permitiu identificar as causas profundas do afundamento do país, da regressão social e desta crise política e institucional - a política de direita prosseguida há muitos anos e a concretização, em curso, do pacto de agressão.

A reunião comprovou que as grandes lutas de massas, em que se insere a manifestação nacional da agricultura familiar de 17 de Abril, promovida pela CNA, e a Greve Geral de 27 de Junho, isolaram o Governo do ponto de vista social, precipitaram as suas dificuldades e contradições, tornaram evidente a sua derrota e conduziram à sua desagregação.

Foi possível identificar um vasto conjunto de razões, do ponto de vista dos pequenos agricultores e da agricultura familiar, que suscitam nestes sectores uma profunda preocupação com a política prosseguida, ao serviço do capital financeiro e dos grandes interesses da agro-indústria.

O PCP coincide nestas preocupações, que comprovam a justeza e oportunidade das propostas do Partido relativamente à soberania alimentar do país e ao aumento da produção nacional.
Foi referido um importante leque de problemas, reivindicações e propostas para defender e qualificar a agricultura familiar, que o PCP irá aprofundar e a que dará a devida atenção na sua intervenção institucional e política.

A reunião permitiu ainda constatar que a CNA, numa atitude muito amadurecida, considera que o chamado “memorando de assistência financeira” e este Governo não servem, nem os agricultores, nem o país, e que é necessário uma nova política e um novo governo, identificado com os problemas das populações laboriosas e com o primado dos interesses nacionais.

No entender do PCP, que regista e valoriza esta efectiva convergência de posições com a CNA, este é o caminho da dissolução da AR e da convocação de eleições antecipadas, cuja urgência se revela ainda maior em face das manobras em curso, para o tentar manter em funções e aprofundar o declínio e o desastre do país. Este é o caminho para uma política e um Governo Patriótico e de Esquerda e para um Portugal com futuro.

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