Pergunta ao Governo N.º 320/XII/1

Encerramento de Escolas no Concelho de Santiago do Cacém, no Distrito de Setúbal

Encerramento de Escolas no Concelho de Santiago do Cacém, no Distrito de Setúbal

No Concelho de Santiago do Cacém, as autarquias, a comunidade educativa, o movimento associativo e a população não concordam com o encerramento das escolas do 1º ciclo do ensino básico de Abela, Aldeia dos Chãos, Arealão, Brescos, de Cruz de João Mendes, Deixa-o-Resto, EB1 de Relvas Verdes, EB1 de São Bartolomeu da Serra, EB1 de Vale de Água.

Estas escolas possuem condições físicas e estão dotadas de equipamentos para o seu bom funcionamento. Nestas escolas são desenvolvidos projectos educativos e pedagógicos conjuntamente com a comunidade educativa, que constituem uma mais-valia para os alunos, no seu processo de aprendizagem.

O encerramento destas escolas terá grandes implicações nos alunos, sujeitos a deslocações maiores para frequentarem a escola, com consequências negativas no seu desempenho escolar. Mas, o encerramento destas escolas também contribuirá para o continuado despovoamento e envelhecimento de muitas localidades.

Esta medida insere-se numa política de ataque à Escola Pública e às suas características fundamentais tem vindo a conhecer um profundo agravamento durante os últimos anos, particularmente através da política dos últimos Governos, PS e PSD/CDS.

A política de encerramento, extinção e fusão de escolas e agrupamentos, no âmbito do reordenamento da rede escolar continua, com este Governo, a ser utilizada como um instrumento de ataque à qualidade do ensino e às diversas funções sociais do Estado que se relacionam directa ou indirectamente com a Escola Pública.

No essencial, a política de reordenamento prossegue um pouco por todo o país, sem ouvir ou acolher os contributos, opiniões e preocupações das comunidades escolares e das populações servidas. Os encerramentos configuram uma opção que assenta essencialmente numa visão economicista, mas que não deixa de concorrer com uma perspectiva neo-liberal de desmantelamento do Estado que tem caracterizado profundamente as políticas de direita.

À revelia das realidades concretas dos territórios e sem atender a objectivos fundamentais de desenvolvimento social e económico do país e das regiões, bem como sem considerar o direito fundamental a uma Educação Pública e de qualidade, o actual Governo prossegue e insiste no encerramento de escolas, com critérios lineares, administrativos e economicistas.

Ao abrigo do disposto na alínea d) do Artigo 156.º da Constituição da República Portuguesa e em aplicação da alínea d), do n.º 1 do artigo 4.º do Regimento da Assembleia da República, solicitamos ao Governo, que por intermédio Ministério da Educação e Ciência, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:

1. O Governo já entrou em contacto com a Câmara Municipal de Santiago do Cacém e com a comunidade educativa para abordar esta questão?

2. Quais as escolas que o Governo pretende encerrar para o próximo ano lectivo?

3. Quais os fundamentos para o encerramento de escolas?

4. Está previsto a criação de mega-agrupamentos de escolas no Concelho de Santiago do Cacém? Quais?

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