Por mais encenadas e patéticas que sejam as declarações em que PSD e CDS se desdobram, nada ilude as duas questões essenciais que estão colocadas perante o país:
- a de que estamos perante um governo politicamente derrotado e socialmente isolado, um governo que, apesar de obcecadamente agarrado ao poder, é já parte do passado.
- e a de que, perante um governo e uma maioria que há muito deviam ter sido demitidos, perante um governo e uma maioria ilegítimos que agem à margem da lei e contra a Constituição, não há nenhuma outra saída digna e democrática que não seja a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições.
O Presidente da República assume, nas actuais circunstâncias, a inteira responsabilidade de todas as consequências que resultem do prolongamento deste caminho para o abismo económico e social.
O país não compreenderá – sobretudo, não aceitará – que, perante o inaceitável percurso e espectáculo de degradação política, perante o não regular funcionamento das instituições, o Presidente da República não assuma as suas competências constitucionais, aquilo que jurou cumprir e se transforme em mero parceiro da coligação.