Correspondendo ao apelo do Movimento de Utentes em Defesa dos Serviços Públicos do Distrito de Aveiro, cerca de 300 pessoas congregaram-se junto à estação da CP, em Aveiro, e desfilaram pela Avenida Dr. Lourenço Peixinho em direcção à Praça Joaquim Melo Freitas, onde se concentraram, em comício de encerramento com intervenções de algumas das 13 comissões de utentes que promoveram esta jornada de luta, que contou, desde a primeira hora, com o apoio da União dos Sindicatos de Aveiro - CGTP/IN.
Este aspecto foi ressaltado por Joaquim Almeida, coordenador da União, sublinhando a ideia de que o que está em causa, de facto, é o roubo aos trabalhadores implícito na política de redução das funções sociais do Estado.
José Gaspar Ferreira, em nome do Movimento de Utentes em Defesa dos Serviços Públicos do Distrito de Aveiro, informou que, tendo sido dirigidos convites aos Grupos Parlamentares da Assembleia da República, se encontrava presente apenas um deputado do PCP. Jorge Machado, em nome do Grupo Parlamentar do PCP endereçou uma calorosa saudação aos manifestantes, reafirmando a solidariedade do PCP para com a defesa dos Serviços Públicos, salientando o facto de o PCP, também no plano institucional, dar expressão a essa luta.
Finalmente, foi lida e aprovada uma moção, de que se destacam os dois parágrafos seguintes.
Exigir que o Estado garanta a proximidade dos serviços públicos às populações que deles carecem e a respectiva qualidade, o pessoal qualificado e os meios necessários, devendo para isso ser disponibilizados e investidos os meios financeiros indispensáveis, pagos pelos impostos dos portugueses, em vez de esses recursos do país serem entregues aos apetites financeiros nacionais e estrangeiros. Os serviços públicos não podem ser destruídos ou privatizados para enriquecer ainda mais os grandes senhores do dinheiro.
Esta luta prosseguirá em todos os concelhos, freguesias e localidades do Distrito de Aveiro, até que seja cumprida a Constituição da República - Lei fundamental do País - que determina no seu Art.º 9.º que é tarefa fundamental do Estado: “promover o bem estar e qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os portugueses” e estabelece no seu articulado a responsabilidade do Estado em garantir os serviços públicos aos cidadãos.