As críticas que estão implícitas nesta proposta de resolução sobre os resultados das eleições presidenciais na Rússia só vêm demonstrar mais uma vez que a União Europeia tem dois pesos e duas medidas. É um facto que aquando das várias suspeitas de fraude eleitoral nas eleições presidenciais de 1996, nem a UE nem os EUA deixaram de elogiar a democracia russa nem a eleição do candidato que lhes convinha - Boris Iletsin. Os EUA e a a UE já entenderam que o governo russo não está disponível para se submeter totalmente aos seus interesses imperialistas. Isso tem sido demonstrado pelo governo russo através de uma certa independência económica e política e defesa das suas riquezas nacionais, nomeadamente as energéticas e do papel do Estado em certos sectores estratégicos. Mais recentemente, o veto da Rússia no Conselho de Segurança da ONU à intervenção militar na Síria levou a que EUA e UE vissem bloqueadas as suas pretensões expansionistas. A questão, pois, que preocupa a UE e os EUA é não a defesa da democracia mas a vontade que têm de que a Rússia tenha uma governo mais servil aos seus interesses.