Escreve Helena Matos no Público: «(...) para todos os efeitos, os norte-americanos, ao contrário dos bons europeus, nunca [tiveram] colónias nem impérios» (sublinhado meu).
É um sossego para a História.
Em 1848 os EUA não conquistaram pelas armas ao México a Califórnia e o Novo México.
Em 1898 os EUA não entraram em guerra com a Espanha para fazerem de Cuba um puro protectorado.
Em 1903 os EUA não criaram militarmente a zona do canal do Panamá.
Em 1954 os EUA não provocaram a queda do governo Arbenz na Guatemala. Impondo a United Fruit e gerando até a útil e sugestiva qualificação de «república das bananas».
Em 1961, em Cuba, os EUA não tiveram nada a ver com o fiasco militar da baía dos Porcos.
Em 1964 os EUA não se envolveram no golpe que daria duas décadas de ditadura militar ao Brasil.
Em 1965 a República Dominicana não foi invadida pelos marines para apoiarem os generais que haviam deposto o presidente eleito Juan Bosch. Em 1973 os EUA não tiveram, no Chile, qualquer envolvimento no assassinato de Allende e no golpe de Pinochet. Em 1976 os EUA não forjaram o golpe que lançou a Argentina na brutal ditadura militar. Também há o Vietname. Mas, para os efeitos de Helena Matos, não houve.